quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Poderíamos nos casar

Poderíamos nos casar, sei que não chegaríamos a ser uma família perfeita. Mas com certeza, seríamos um bom exemplo de família unida, abençoada e seguidora dos caminhos de Deus. Teríamos um apartamento, quem sabe uma casa, com um jardim, muitas árvores e grama verdinha. Um cão peludinho, e vário filhos. Nas férias acordaríamos às 11, você me olharia com os olhinhos ardendo e sorriso no rosto e então com a voz rouca, me daria um beijinho na boca e diria, bom dia. Depois, você voltaria a nanar mais uns 15 minutinhos como você sempre faz. Você viraria pro outro lado e nanaria mais um pouco. Sem que você percebesse, nesta hora, eu me levantaria e iria ao banheiro, já escovaria os dentes, lavaria o rosto e arrumaria o cabelo, voltaria e deitaria do teu lado, como se ainda não tivesse levantado. Te acordaria beijando você todo, e agora sim você acordaria de fato. Você sorriria e começaria a me retribuir também com beijos. E de repente, faríamos amor. Depois você me daria um beijo na testa, me daria bom dia, de novo, e diria que está muito calor.
Tomaríamos café às duas da tarde. Colocaríamos nossas canecas na mesa de cabeceira, e dormiríamos ou namoraríamos mais um pouco. Mais tarde, eu iria tomar banho, você viria logo atrás e se juntaria comigo. Namoraríamos mais um pouco e nos banharíamos.
Faríamos almoço juntos, e voltaríamos pra cama pra comer. Agradeceríamos pelo alimento, e um cochilo depois do almoço seria algo rotineiro. A noite sairíamos para jantar. Eu reclamaria de você demorar para começar a se arrumar. Você, por eu ter pressa demais, diria que temos todo o tempo do mundo, porque estaríamos de férias. Eu admitiria o quanto você fica lindo quando está bravo. Você sorriria.
Discordaríamos em opiniões como qual a melhor hora de sair. Não arrumaríamos a cama todos os dias.  A geladeira seria repleta de congelados e sucos e refrigerantes sem açúcar e o armário, de porcarias. Adiaríamos o despertador umas trinta vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira. Você me ensinaria alguma coisa sobre matemática, e eu te convenceria a assistir aquele filme no cinema. Sentaríamos na sala de pijama e pantufas, e juntos leríamos o jornal. Você saberia o nome do meu perfume, eu saberia onde você largou a última edição da revista de música. Sairíamos pra jantar em algum dia de chuva e não nos importaríamos em chegarmos encharcados. Dormiríamos com o computador ligado. Nos beijaríamos no meio de alguma frase. Você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia. Pois, saberíamos.

Micaela Garcia e Caio Fernando Abreu.  





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